CRÍTICA | Cowboys & Aliens

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Imagine unir o bom e velho western a uma trama de ficção científica e fazer isso dar certo. Parece inusitado, mas no caso de Cowboys & Aliens isso realmente funciona. Ainda que haja controvérsias, esse romance gráfico de Scott Mitchell Rosenberg ganha a direção de Jon Favreau (Homem de Ferro 1 e 2), que oferece a Hollywood um experimento atípico e que poderia beirar ao ridículo se não acabasse reinventando o gênero.
A trama se passa no ano de 1873, em um território do Arizona, quando um estranho forasteiro (Daniel Craig) chega à cidade de Absolution alegando estar sem memória. Sua única referência é um misterioso grilhão que está acoplado a um de seus pulsos. Contudo, quando um confronto com o intransigente Coronel Dolarhyde (Harrison Ford) ocorre, é preciso que os antagonistas deixem as diferenças de lado e se unam em combate a uma ameaça alienígena que acaba de açoitar a cidade.
Com a ajuda de Ella, vivida pela expressiva atriz Olivia Wilde (Tron: O Legado), o grupo parte em busca de uma missão de resgate para reencontrar as pessoas que foram abduzidas durante a invasão. Completamente misteriosa e exibindo um belo par de olhos claros, Ella se infiltra entre o grupo de sobreviventes com o intuito de ajudá-los na batalha e acaba se tornando a chave necessária para solucionar a trama.
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Harrison Ford, prestes a completar 70 anos, e em seu 40º longa-metragem, dá ao Coronel Dolarhyde um tom vulnerável que ainda que esteja mascarado pela sua cara amarrada, acaba por torná-lo um personagem interessante e admissível para o espectador. É dele uma das cenas com alto teor de apelo emocional onde acalentando o índio Nat Colorado (Adam Beach) em seus braços, após o mesmo ter sido atingido por um dos alienígenas, ele reconhece o sentimento paternal que compartilhava com o rapaz e parte em busca de Percy (Paul Dano), seu verdadeiro procedente. Nessa hora, o índio o agradece por ter realizado seu sonho de enfrentar uma grande batalha ao lado de quem considerava um verdadeiro herói, condescendendo ao gênero, um dos elementos mais transcendentais da trama.
Nesse arriscado confronto, também somos contemplados com a trajetória do insatisfeito bartender Doc (Sam Rockwell), e o pequeno Emmett (Noah Ringer), que estão inseridos em um arco semelhante onde é preciso se assegurar dos próprios desejos, para que isso os livre do que parece ser uma derrota iminente.
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Um forasteiro sem lenço nem documento, ladrões, rancheiros, branco x índios, uma bela donzela em perigo, tiros e duelos. Tudo está presente nesta audaciosa aposta de Jon Favreau. O mais interessante é unir isso tudo à subestimação dos alienígenas em relação aos seres-humanos. O filme aponta os “visitantes” como aliens despreparados e que sequer têm um plano para se defender de possíveis ataques da raça que julgam tão inferiores.
Filmes de ação originais são peças raras de se encontrar hoje em dia. Quando um longa como esse recebe um grande orçamento e o apoio de cinco roteiristas, é ainda mais difícil acreditar que apreciaremos personagens alinhados a uma bela fotografia, uma trilha-sonora impecável, e efeitos de som que realmente nos levam para aquele mundo tão difícil de ser conduzido a realidade. Cowboys & Aliens é sim um ótimo filme; bem humorado, inventivo, e que recorre a flechas apaches sem perder o tom de mistério.

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